Sozinha num escuro vazio,
respiro o ar gelado da rua,
sou um corpo inerte e frio,
vigiado pela sombra da lua.
Só o mar me abraça agora,
é sal que a alma tempera,
lágrima que o peito chora,
no tempo que por ti espera.
Inverno que trago comigo,
erodida pela tempestade,
só em ti, porto de abrigo,
matarei um dia a saudade.
Raquel Botellero